sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Reflexões sobre a Linguagem Cenográfica

Para entendermos a Linguagem Cenografia é de fato importante, no entanto é necessário enfatizarmos as mais variadas questões a cerca do que está sendo posto pelos mais diversos olhares. Primeiramente a Cenografia é a uma arte, técnica e ciência de projetar e executar a instalação de cenários para espetáculos. Alguns autores confundem com um segmento da arquitetura. Entretanto, a arquitetura cênica ou arquitetura cenográfica se ocupa mais especificamente da geração dos cenários arquitetônicos internos ou externos. Ao materializar espaços imaginários sobre o palco, a cenografia é um dos instrumentos da teatralidade, isto é, um dos dispositivos sígnicos que torna possível aos objetos e aos espaços serem e significaram ao mesmo tempo. No teatro um cenário qualifica um palco com a disposição de objetos, painéis sob uma iluminação adequada para relacionar com a peça a ser representada. Existe uma área que trata da geração deste espaço que é a Arquitetura Cênica e a cenografia.
É na interação com as palavras, com os corpos dos atores, com as luzes e com os sons que a linguagem cenográfica se revela como componente essencial das artes cênicas. Na medida em que projecta, por sugestão e metonímia, um espaço que a transcende, ou, pelo contrário, se constitui como metáfora total capaz de enclausurar as personagens, a cenografia circunscreve esses lugares imaginários. Sendo um modo de ler o texto, é também um modo de reescrevê-lo. Nesse espaço exterior à personagem projeta – se então o seu espaço interior. A cenografia enquanto linguagem teatral pode ser pensada como problema arquitetônico. Este pequeno ciclo, que terá continuidade em futuras temporadas, tem como objectivo mostrar, de forma exemplificativa, a cenografia contemporânea. A cenografia é parte importante do espetáculo, pois conta a época em que se passa a história, e conta o local em que se passa a história, pelo cenário podemos identificar a personalidade dos personagens.
Para os gregos antigos, a cenografia era a arte de adornar o teatro e a decoração de pintura que resulta desta técnica. Para o Renascimento, a cenografia foi a técnica que consiste em desenhar e pintar uma tela de fundo em perspectiva. Já no sentido moderno, é a ciência e a arte da organização do palco e do espaço teatral. A palavra se impõe cada vez mais em lugar de decoração, para ultrapassar a noção de ornamentação e de embalagem que ainda se prende, muitas vezes, à concepção obsoleta do teatro como decoração.
A cenografia marca bem seu desejo de ser uma escritura no espaço tridimensional (ao qual seria mesmo preciso acrescentar a dimensão temporal), e não mais uma arte pictórica da tela pintada, como o teatro se contentou em ser até o naturalismo. A cena teatral não poderia ser considerada como a materialização de problemáticas indicações cênicas: ela se recusa a desempenhar o papel de “simples figurante” com relação a um texto preexistente e determinante. Entre os profissionais envolvidos nas atividades de cenografia estão cenógrafo, cenógrafo assistente, cenotécnico, contra-regra, pintor, maquinista, forrador, estofador aderecista, pintor de arte, maquetista.
Técnica é o procedimento ou o conjunto de procedimentos que têm como objetivo obter um determinado resultado, seja no campo da Ciência, da Tecnologia, das Artes ou em outra atividade.
Estes procedimentos não excluem a criatividade como fator importante da técnica. Como os conhecimentos técnicos e a capacidade de improvisação. A técnica não é privativa do homem, pois também se manifesta na atividade de todo ser vivo e responde a uma necessidade de sobrevivência. No animal, a técnica é característica de cada espécie. No ser humano, a técnica surge de sua relação com o meio e se caracteriza por ser consciente, reflexiva, inventiva e fundamentalmente individual. O indivíduo a aprende e a faz progredir. Só os humanos são capazes de construir, com a imaginação, algo que logo podem concretizar na realidade. Campos de ação: o campo da técnica e da Tecnologia responde ao interesse e à vontade do homem de transformar seu ambiente, buscando novas e melhores formas de satisfazer suas necessidades ou desejos. Esta atividade humana e seu produto resultante é o que chamamos técnica e Tecnologia, segundo o caso. A técnica também pode ser passada de geração para geração. Como exemplo, temos os povos Incas, particularmente em Machu Picchu que construíram terraços nas cordilheiras dos Andes, para sua agricultura e estes terraços são dotados de curvas de nível para a proteção das encostas e seus cultivos, hoje utilizadas por toda a agricultura pelo mundo. Ao falarmos das técnicas, portanto, confundia-se com a arte, tendo sido separada desta ao longo dos tempos.
Enfim, um cenário é composto de elementos físicos e/ou virtuais que definem o espaço cênico, bem como todos os objetos no seu interior, como cores, texturas, estilos, mobiliário e pequenos objetos, todos com a finalidade de caracterizar o personagem, e tendo como base os perfis psicológico e econômicos determinados na sinopse. O termo cenário, ou cena, (skené, em grego), também é usado para definir um elemento arquitetônico específico dos antigos teatros gregos, localizado detrás do proscênio e constituído de uma parede de alvenaria decorada com estatuária, colunas e pórticos, simulando um edifício real.

Nenhum comentário:

Postar um comentário